Tenho certeza de que você também se encontrou em alguns momentos de sua vida numa condição em que parece estar com falta de ar, em que nada se move ou parece se mover, num círculo concêntrico que sempre retorna ao mesmo ponto.

Nesse círculo concêntrico em que cada gesto, quase cada palavra vive da sua repetitividade. É uma sensação de imobilidade, de claustrofobia, de inércia. É quase desconcertante quando você percebe que isso agora faz parte do seu modo de vida, da sua maneira de compartilhar espaço com os outros.

Poucas coisas são capazes de matar a libido, a sensualidade, a sua sexualidade como a repetição incessante de situações, momentos que são sempre iguais. Você tenta sobreviver, em certo sentido, àquele estado de indolência, quase meio adormecido que o acompanha, mas que muitas vezes o oprime. Tudo parece anestesiar as sensações, os sentidos, desligar aquelas emoções que você não distingue mais e no final você se abandona, se deixa capturar por aquele monstro do tédio que é a rotina.

Você não sabe mais o que é paixão, pensa que nunca a conheceu, sentiu, aquele fogo que te percorreu, que te fazia vibrar, desapareceu. Você se pergunta o que aconteceu com você, se você é a causa desta situação, se foi seu parceiro quem a criou, mesmo que talvez sem querer. Você não sabe. O que você sabe é que você se encontra em um labirinto do qual é impossível sair, você não sabe como e por que entrou nele, você dá voltas e mais voltas, você vai para frente e para trás, mas você sempre se encontra de volta ao ponto de partida. É aquele labirINTO criado pelo quotidiano que se alimenta dos nossos hábitos, da monotonia, da rotina em que por vezes a vida agitada nos envolve. Um beco sem saída, onde já não nos encontramos, onde parecem reinar a indiferença e a apatia. Tudo está frio, congelado na sua relação, nas palavras, nos gestos. com o seu parceiro existe agora uma distância, um “espaço” que parece impossível de preencher. Tudo parece ter morrido, não há carícias, nem beijos apaixonados, nem abraços envolventes, já não existem aquelas sensações, aquelas emoções profundas que te faziam vibrar.

Eu sei que vocês pensam que não há saída deste labirinto, mas na realidade existe um caminho e é um caminho de duas pistas, o da descoberta e da “redescoberta”. Ter novas experiências junto com seu parceiro, vivenciar algo que nunca fizeram juntos, seja uma viagem, uma aventura, um jogo imprudente, uma nova fantasia sexual ou uma loucura, esse será o segredo para voltar ao jogo a fim de se encontrar novamente. Vá avidamente em busca daquele prazer emocional que sempre fez cócegas em sua mente e acendeu seu corpo. Lembre-se que você é o gourmet e a vida é o seu prato. Por outro lado, não se esqueça de ir à procura, de redescobrir aquelas emoções que inicialmente empurraram você e seu parceiro para os braços um do outro. Algo ficou por trás da poeira do tédio, por trás da repetição dos gestos, dentro daquela monotonia que tudo engole. Você tem que abrir espaço entre você e essa apatia, cavar até com raiva se quiser se encontrar, sua dimensão 360° de mulher e tudo ficará mais claro. Encontre tempo para amar a si mesma e as pessoas próximas a você só poderão fazer o mesmo.

Se você quiser, saiba também que eu sei e posso te despertar desse desânimo se você apenas me deixasse entrar no seu mundo, se você se deixasse guiar à redescoberta de sensações, emoções que não desapareceram, mas estão apenas esperando para serem despertadas. Abra-me a porta e faremos juntos uma viagem extraordinária na qual com espanto e descrença você redescobrirá a si mesmo, ao seu corpo, aos tremores, às pulsações da sua pele. Você encontrará cumplicidade com seu parceiro e deixará para trás aquele assustador estado de insatisfação, tédio, indiferença. Estou esperando por você, estou aqui por você.

Regina Celia Dos Santos